terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Meu Ser Indio

Isso é pra te dar um nó.
Do não fiz mansidão,
Mansão aconchegante a beira mar
Quis usurpar-te, consumir-te feito gôndola de mercado.
Quis pontuar-te sem poupar o tempo
Quis ser equilibrista
Quando já estava caída no chão
Não tive medo, não tive duvidas.
Pé firme, a lavrar terra podre.
A ponderar coisas desnecessárias
A pesar sobre o ininteligível
A querer, e querer sem compreender o porquê
Sem nem saber o que querer
Sem nem ao menos saber Ser

Navegar pelos mares relutantes do diabo
Olhar o espelho e não se ver
Enxergar na face uma criatura
Pendente entre céu e inferno
Horizonte daqui por diante
É testar no corpo aquilo que o transcende
Aquilo que o anima,
Pulsar o horror com lagrimas de cristais
Aconchegar-se em folhas secas
Suar feito bicho todo tédio e todo o lixo mental

Não pude conter-me,
Perdi-me.
Não pude dizer adeus, nem olá!
Vazio, solidão repleta de gente.
Não pude aconchegar-te em meus braços
Já era tarde e soava feio, estúpido.
Nesse mundo quem é senhor de si
Esta no meio da estrada
Ao alcance dos olhos esta a Aldeia Nova
A fome, a miséria do meu Ser...