domingo, 26 de julho de 2009

Ó Linda!

Intensidade na cidade gigante de pedra antiga
Um grito repercutiu na mata
Tornando-se o lugar ideal pra morar
Quero estar lá
Quero envolver-me num inverno quente
Quero elucidar o porquê do sono de estar aqui
O calor me atrai,
O dia quente transpira amor
Águas claras, pessoas bonitas
Musica de bar, musica nas ruas de Olinda!
Pulsa meu coração nessa canção.
Estou absorvida pelo ar,
Pelas cores das ruas,
Pelos horizontes azuis,
Coqueiros, vaqueiros, chapéu de couro,
Água de coco, areia nos pés,
Uma metrópole varrendo a natureza
Igrejas queimadas pela historia
Uma memória deslumbrante
De um lugar distante...

sábado, 25 de julho de 2009

Viagem ao Recife

A principio quis fazer um diário, mas achei inconveniente a essa viagem poética. A essa viagem tão única e especial só poderia tratar poeticamente. Como o sussurro do vento nas dunas do rio são Francisco.
Pernambuco é intraduzível! Tudo bem... tem maracatu, tem afoxé, tem tapioca, mas acima de tudo tem gente! Gente com sorriso diferente, sotaque cantado, uma melodia sublime de um povo da historia do Brasil.
Cada rua que passávamos parecia ter sido palco de um momento importante na historia do pais. No surgimento de uma porção de coisas, das igrejas, da luta dos holandeses, dos judeus, das batalhas de índios e escravos.
Olinda especialmente me encantou... Suas ruas mais pareciam quadros, esculturas. Senti-me dentro de uma grande obra de arte. Senti a musica soar de cada paralelepípedo. O calor das pessoas em pleno inverno.
Encontrei muitas pessoas interessantes. Um povo comunicativo, e essencialmente musical, predisposto a ajudar em qualquer circunstancia. Encontrei um lugar no Brasil onde se pode sentir em casa. Ganhar sorrisos sem nada em troca. Dançar frevo e maracatu!


Albergues:
A experiência maior foi ter encontrado tanta gente interessante do mundo inteiro com o mesmo propósito na vida: viajar. Percebi que esse também é o meu propósito na vida, conhecer outras culturas, outras línguas. E que acima de tudo preciso urgentemente traçar um caminho, um rumo, uma direção para alcançar esse fim.

A viagem dos solitários:
Éramos umas 10 pessoas mais ou menos. Cada uma de um lugar diferente. Recém chegados ao albergue de Boa Viagem. Saímos todos pra tomar cerveja. Todos viajavam sós, e o encontro foi intenso, bebemos muitas cervejas, dançamos samba de qualidade e um show de Davi Moares. Quanta gente bonita há nesse mundo!!!

Artesanato:
Visita ao Fenearte, uma feira nacional de artesanato. Um galpão gigante com tanta gente! Arte de Pernambuco, cores, sons, ritmos, calor. Precisamos andar seguindo o fluxo, pois que senão não dá nem pra andar.
Uma exposição de obras de arte recicladas foi o mais interessante. Haja criatividade!

Recife antigo:
Ruas que parecem casas européias do século passado. Misturado a cores essencialmente brasileiras. Um almoço num restaurante singelo, mamulengos por toda parte. Arte e mais arte! Comer é uma arte!

Garanhuns:
Não acreditei que a 300 km de Recife houvesse frio. Mas estava enganada. O frio de Garanhuns realmente existe. A infra estrutura da cidade é escassa para quem não é pernambucano. Mas os shows foram ótimos!
Com direito a uma banda instigante de rock que a estilo de Bowie, deixaram o povo de Garanhuns de cabelo em pé! Ate meninas nuas dançando no palco! Gritem: maconha!!!!

Porto de galinhas:

Um lugar lindo, ótimo para mergulho! Enturmei-me bem com os peixinhos. Bem mais do que com as pessoas que na malandragem cobram 10 reais por uma cerveja! Enfim, uma praia para turista ver. Por isso eu e meu pé de pato ficamos a vontade dentro do mar, pois fora a coisa complica...

Maceió:
O mar mais lindo que vi na vida! Dizem que ele nessa época do ano fica escuro. Pois eu nunca vi um mar tão claro na vida! Apesar da chuva, deu para cair na farra e dançar um forró. Embora esse seja outro local para turista ver...
Navegar o rio são Francisco e banhar-se em suas águas transforma qualquer individuo! O sol escaldante queimando a pele. Caminhei só pelas dunas desse paraíso, onde o rio se encontra com o mar, fascinante! Só conseguia pensar poeticamente. Só conseguia sussurarr seu nome. Só conseguia ouvir o vento cantando no meu ouvido uma canção celestial. Momento único!


Olinda:
Aqui me senti em casa. Fora dos olhares de turista, juntei-me ao povo olindense. Tornei-me um deles. Os bares convidativos, com chorinho, maracatu não nos deixam querer voltar pra casa cedo. Uma doce tentação! O ar quente da tarde se estende pela noite, e a cidade fica com um ar sensual, uma sensualidade que eu nunca tinha visto na vida!
Muitos turistas, muita gente bonita e interessante. Muita conversa boa jogada fora. Muitos risos, musica, cerveja, sol, vestidinhos e havaianas. Rendas esvoaçando pelos braços dos vendedores ambulantes com suas peles queimadas de sol.
Os repentistas cantando uma canção única e especial. Dizeres do sertão. Elogios as mulheres bonitas, a paisagem é incondicionalmente a mais bela que vi na vida! O lugar que quero viver e morar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009


Só:

Nessa livre escolha de mundos
Escolho sempre ser o que é só
Escolho sempre o ser vazio
Cheio de “quases”
E inquietações sem limites
Sou aquele que transborda o copo d’água
Sou aquele que não tem nome
Sempre tão cheio de si que se esquece
E só se lembra disso ao ouvir Chopin
Que se embebeda noite afora
E ri e chora feito criança em noites de frio e calor
Debruça-se sobre a vida com sofreguidão
E mostra os dentes sujos de pão
Ludibriada pelo incomodo
Pela ausência
Pelo saber que não sabe de coisa alguma
Pela incontinência do corpo
Pelos gestos sagrados
Espirituais que lhe deita a fronte
Que se lhe mostra presente na desgraça
Agarra esse instante de karma!
Preenche esse copo de liquido amniótico
Preenche esse não saber respirar
Com ar de fumaça
Pois tudo na vida é vão
Cabe-lhe o infinito...

Sobre o Equilibrista da corda bamba:

O que é fora ou dentro da gaiola?
O que é sanidade e loucura?
Quase beiram o lado pendente da corda bamba,
de que lado voce samba?
Que cançao te faz feliz?
Enamora a noite ate virar dia,
faz da vida poesia, boemia, liturgia licergica.
Maternal mulher sagrada
repousa teu véu sobre nossas angustias!
Quao sutil sao as palavras que dizemos,
cada fonema, cada som tem seu peso,
sua contrapartida, seu avesso.
E eu, debaixo do lençol,
tarde da noite pergunto à vida
pelos escombros da casa...
Vi passar um passaro do teu sonho,
vi transmutar -me nesse ser onirico.
Acordo e ainda sonho...
Faço um acordo com meu corpo,
deito-me na relva e me ponho a cantar!
Ja passou a hora de voltar,
ja passamos todos os Tons...(Zé, Jobim)
e nessas brincadeiras de Dalí
pergunto: onde meu ser esta?