quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lixeira Cósmica, ou da Arte de Envelhcer

Há um período estranho entre nós. Começamos a não nos entender mais. As palavras ficam vazias e todos os esforços gastos são nulos, nada se completa. Desorientados barcos a deriva sem direção.
Um plano mal traçado, uma divindade que brinca as nossas custas. Chego a pensar que tudo que existe, apenas existe ao contrario, que sensação absurda! Eis o mal e sua face eloqüente. Convenceu-me que o melhor mesmo é dormir, é dar as costas, é descuidar das coisas mais necessárias.
Um momento de retração suspende todo o grito de socorro. Agora estou calada, suspensa no ar, em queda feito o anjo caído. A olhar pro céu buscando a origem dos erros, a querer reparar o que não tem tamanho.
Contentamento é o único remédio. Mas observar esse hemisfério sem chorar é quase inútil. É quase inútil chorar ou não chorar. É quase um estar, mas esse “quase” nos separa por multiversos…
Pudera saber do “sim” e do ‘não”. Pudera ao menos sonhar. Mas nem isso! Envelhecer é um assombro de questões infindáveis. A consciência feito raiz forte que não muda de posição estremece em cada interrogação.