quarta-feira, 24 de junho de 2009



ZOO:


Cada espécie rara, trazida dos confins do Marrocos, da Siberia, da Africa Total.

Num dia de sol se escondem por detrás dos resquícios arbustos

Os risos infantis, delicados como pluma

Ecoavam na mata-concreta

Os animais somos nós!

Somos nós que olhamos a nos mesmos

Presos naquelas gaiolas,

E ainda achamos belo o espetáculo da vida num zoológico

E nos entediamos com a vã liberdade aqui fora...

Para que afinal presenciar o absurdo?

O natural abstendo-se de sua naturalidade?

E o artificial predomínio do cinza,

Do sono e da fome?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sobre o presente:

Porque me seduz ó noite!
Em seus cabelos prateados de nevoa flutuante
Dos sonhos de Tarkovsky acordei sem fôlego
Jurava fazer chuva dentro de casa
Corria entre paredes úmidas de uma escola abandonada

Porque noite tão densa,
Não me deixa dormir
Se o dia preguiçoso não quer ir embora
Mesmo com a cortina transpirando o ontem?

Porque tudo tem de ir e vir?
Porque tudo precisa de sim e de não?
Porque não passamos como maquinas compressoras
Sobre esses estados de consciência?
E pensemos numa vida mais leve?

Quanto de mim resta nessa noite para o amanha?
Quanto sou eu quem diz,
E não se renova? E não retorna?
Simplesmente fica aqui :extático
Paralisado pela nevoa e neblina
Confuso, hereditário,
Silencio da retina,
Cansaço de domingo no balanço da rede
Existira amanha?
E esse eterno é? Que será dele então?

sábado, 13 de junho de 2009

Aos amigos:

Uma musica sublime sob o meu teto, impulsiona a minha alma a dançar...
Incrível parentesco de idéias nos convidam a ser um só. Unifiquemos as vozes. Cantemos no mesmo tom! Sejamos reluzentes estrada afora!
Essa nossa jornada implica nossa força espiritual. Demanda energias sutis desconhecidas. Energias vitais da força do vento, das águas do mar, do cabelo esvoaçante, das lagrimas derretidas.
É uma pena estarmos sempre sós. O que torna o nosso encontro ainda mais interessante. Quase chego a degustar esse paladar novo. Quase consigo dizer que estou em mim. Quase consigo palpar o que os sábios chamam de “iluminação”. Não pela via do “não”. Nem pela via do afastamento. Mas pelo “sim” à vida, e a tudo que ela nos traz, sem ater-se ao que é bom ou ruim. Indiferença também não é. Digamos que é um estado de consciência plena do nosso “estar” em si através do “outro”.
Talvez muitos foram os filósofos que se debruçaram sobre essa questão do “SER”. Mas tal como ele se encontra em minha alma nesse momento, claro e preciso, talvez ninguém nunca tenha alcançado. E também porque só posso experimentar o mundo sendo eu mesma. Não posso ter conhecimento de algo sem vivenciar isso em minha própria pele.
Às vezes me pego pensando na harmonia que nos une, seja pelo acaso, seja pelo destino. O que realmente importa é encontrar o outro, e encontrar-se a si próprio nessa grande viagem dimensional.
Tantas pessoas interessantes que nos fazem pensar na possibilidade de tudo ser uma força única, magnífica por excelência! Tanto magnetismo e profundidade nesses olhares que me olham!
Aos amigos sinceros, e aos inimigos que me ensinam a trilhar rumos complexos, desejo nosso eterno encontro, pela nossa viagem astral. Tão queridos, que me inspiram a querer viver sempre mais na eternidade. Nosso presente será eterno, pela união do individuo com o cosmos.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Johann Wolfgang von Goethe


“Das Afinidades Eletivas”

O que é o desconforto? As afinidades afinal? Isso que nos repele e nos une ao acaso, porem com tanta sorte e zelo que chega a ser destino?
Alguém teria a resposta para me dizer se só de acaso vivemos, ou se somos predestinados antes de nascer?
Nas tragédia gregas, sempre o destino regia imperativo a sua ordem brutal contra todos as vontades humanas. Não há desejos e vontades. Somente o destino impregnando a “não- fuga” dos personagens centrais. Não há por onde correr. Não há como fugir. Nossa vida será o que tem de ser, assim como ditam os deuses celestiais.
Agora pensar o acaso é muito mais interessante, e, no entanto, muitas pessoas acham que ele carrega algo de vazio, sem nexo, sem sentido. E é exatamente esse nexo que eu tanto abomino! Porque das muitas vezes, nós somos os maiores criadores de sentido para o universo. Talvez se não houvesse mentes humanas e racionalidade, o sentido e o nexo deixariam de existir para ser apenas “acaso”. Doce acaso...
Podemos ainda questionar sobre o que faz algumas partículas do universo se atrair ou se repelirem... Será por mero acaso? O que as une? (essa era mesmo a pergunta inicial). Fatalidade do destino, ou acaso?
Só citar um exemplo: o que leva duas pessoas a se atraírem? As afinidades eletivas, tais como os gostos, os sonhos, e, muitas vezes ate mesmo as diferenças atraem... Mas quem faz essa afinidade acontecer? Quem é o agente que impulsiona essa harmonia ou desarmonia? Dá pra explicar isso racionalmente???
Alguém por favor, me dê uma sugestão! Explicações da Física quântica, Religião, e Biologia, também serão muito bem vindas!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Intervenções:

"Mas onde cresce o perigo, cresce tambem o que te salva"
(F. Holderlin)


"A Experiência Maior"
Eu antes tinha querido ser os outros para conhecer o que não era eu. Entendi entao que eu já tinha sido os outros e isso era fácil.
Minha Experiência maior seria ser o outro dos outros: e o outro dos outros era eu.

(Clarice Lispector)

Sobre as Virtudes de Aristóteles:

Astrologia do dia:

Quarto crescente
Lua e Sol transitando em casas diferentes
Só eu sei dosar as virtudes aristotélicas
Que tomo emprestado quando preciso de ajuda conceitual
A criança se diverte enquanto uma prisioneira quer se redimir
O balanço da musica, do pop ao jazz é tão doce
E tão amargo a dor de te perder
Quem nunca tive, esta em mim
Oposições não me comovem
Aprendi a lidar com essas situações,
Me entrego a todas,
Sem moderação,
Minha virtude não tem dosador
Sei quando acabou, ao amanhecer na mesa de bar
Sei que durante sete dias o trabalho,
E a Yoga requerem minha saúde
E me situo em extremos
Nos cumes da audácia e contração
No sim e no não
Na pequenez e na imensidão
Quem sabe de mim é meu corpo já cansado
A espera de um novo dia de batalha
A pulsar hormônios, a querer sempre mais
E não cansar de ser o que ainda não sou
Busca infinita entre o destino e o acaso.