segunda-feira, 6 de julho de 2009


Só:

Nessa livre escolha de mundos
Escolho sempre ser o que é só
Escolho sempre o ser vazio
Cheio de “quases”
E inquietações sem limites
Sou aquele que transborda o copo d’água
Sou aquele que não tem nome
Sempre tão cheio de si que se esquece
E só se lembra disso ao ouvir Chopin
Que se embebeda noite afora
E ri e chora feito criança em noites de frio e calor
Debruça-se sobre a vida com sofreguidão
E mostra os dentes sujos de pão
Ludibriada pelo incomodo
Pela ausência
Pelo saber que não sabe de coisa alguma
Pela incontinência do corpo
Pelos gestos sagrados
Espirituais que lhe deita a fronte
Que se lhe mostra presente na desgraça
Agarra esse instante de karma!
Preenche esse copo de liquido amniótico
Preenche esse não saber respirar
Com ar de fumaça
Pois tudo na vida é vão
Cabe-lhe o infinito...

Um comentário: