terça-feira, 2 de agosto de 2011

Úmido Silêncio: assim o digo...

Se houvessem explicações, se houvessem flores maternais, serenas com gotículas de manhã, meu dia seria lindo.
Não fossem os sorrisinhos infantis pós aula de yoga, o dia estaria perdido no desabrochar do sol. Saiu tarde, quase esfumaçado pela névoa da chuva ainda úmida. Um dia, úmidos serão meus pensamentos, que hoje refletem jogos inertes, adormecidos por um sonho de uma noite mal dormida.
Sonhei que haveria tempos melhores. Sonhei que já sonhara antes e não tinha acontecido, mesmo que no sonho perdurasse a imagem da casa fosca, cinza, úmida. Por fora era uma reza sagrada, por dentro a casa da solidão, a realidade dos rodapés cheios de poeira.
Pensamentos poéticos quase dormentes, senão completamente entregues a essência da mãe divina. Sorri. Hoje o dia deu-me presentes nos sorrisos dos outros. Não era apenas o teatro que engole o cotidiano, mas o riso sem estratégia que se faz presente quando se ganha um presente sem saber o porquê.
Os erros do passado ficaram distantes, emoldurados num quadro já sem cor, sem vida. Mesmo que em sonhos estejam amedontrosamente cientes de si e do mundo que conspira ao seu caminho oposto.
Geléia de sal, dias em que o afeto esta no esqueleto das horas soníferas. Quase vulgar, porém sacro, áspero, porém rústico e contido. Balbucio palavras quase sem tomar conta do que digo. E se faz o sentido apenas pelo ritmo perdido das teclas, pela nuvem colérica que se foi embora e me deixou na solidão quase confortável do silêncio.

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