quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O mínimo

Sempre durmo após as 24h, dormir é o que tem me dado conforto ultimamente. Mente cansada, vazia. Corpo desnudo, inconsciente de sua potencia. Queria tua palavra amiga, queria um olhar vadio, sincero, que atinge a existência, e lhe dá um susto.
Tudo esta calmo, mas de minha mente vaza, como um copo que transborda reticências... Sentamo-nos a mesa em silencio, tomamos café, e para nosso espanto nada faltava, mas havia um “mas”, um aquém, “mais”.
Dormir não era tarefa árdua, precisa, inesgotável fonte de mistério e vida. Uma taça de vinho para amortecer lábios, coluna, cabelos. Encontro-me sem palavras diante da vida. Embora queira defender horizontes, vejo que o mundo esgana aqueles que pensam demais. E eu penso demais, deveria ser um pouco menos. Assim não sofreria tanto.
Mas o que é o sofrer senão a passagem para um momento de lucidez? Não diria um momento que nos traz paz e felicidade, mas sim consciência. Até a felicidade é posta em questão.
Proponho aos meus alunos que pensem sobre a felicidade. Pensam em jogar futebol, em conviver com pessoas que amam, mas isso nos será suficiente? Penso que não... Não me contento com pouco. Não me desfaço na falsidade de frases prontas, não caio nas vírgulas que não nos fazem pensar.
Penso no mar, no motivo de estar aqui, e pouco desfrutar dessas delicias. Penso o quão sou privilegiada, mas enfim nada. Quero dar o mínimo ao mundo, mas que mínimo se quantifica? O que é pouco e muito em linguagem extra pessoal?
Incontinência. Por isso sonho, e lá me encontro , encontro o outro, e acordo novamente para mais um dia de fadiga. Desvontade.
Não compreendo o mundo, ele também não me entende. Embora me mostre simples. Não consigo caminhar sozinha.
Por isso quero ante a tudo que indica, escrever poemas, pensamentos às pessoas queridas, significativas, para passar o tempo, homenageá-las através de meus olhos turvos, agradecê-las. Eis o mínimo.

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