terça-feira, 19 de outubro de 2010

Lágrimas Artificiais

Por entre nuvens longínquas,
O azul do céu interpõe-se anil
Quebra o silencio quase imbecil
Do meu olhar delirante,
Musica clássica revigorante
Estranhamente uma tarde me consome...
As roupas no varal;
Cheiros matriarcais.
A primavera dá seus primeiros passos
Rumo à minha incompreensão
Desse mundo gigante,
Desse Ser inconstante,
Que por hora chora
Sem compreender sentido algum
Sem trafegar em qualquer lugar
A lastimar pelo horizonte
A olhar pelos cantos vazios da alma
Sem achar, a estar, sem Ser.
A usar palavras repetidas
A cansar de ser humano
A reunir brechas para escapar
De mim mesma,
Para fugir no sonho fantástico
Pelo buraco do Sonoro devir,
Ate sentir essas pálpebras,
Palpar a polpa dos meus olhos
Sedentos de seiva,
A transbordar lágrimas artificiais.

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