quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Noites frias em São Miguel

A Espera da Primavera:

Frio. Acendo um cigarro e as imagens passadas passam apressadas nesse mar de pensamentos. Ouço uma musica triste de Djavan. Estarei futuramente no calor de mais um carnaval?
Hoje aguardo a primavera trazer seus suculentos frutos. Embora hajam frutos especiais de inverno, não mendigo mais esse nectar.
Eu e meu tabaco nesse quarto frio estamos completos. Lá fora, uma garoa de agosto é o unico movimento provavel na cidade fantasma. A fumaça aquece. Tenho bons livros na estante. Concentro forças pelo que vizualizo adiante.
Aqui jaz souvenirs de viagens que se tornam distantes como ecos de vozes de pessoas que passaram pela minha estrada. A noite densa acolhe esses fantasmas com sua umidade, entrega os pontos e convida-os a entrar e tomar um chá. Converso com eles.
-Que horas será na França? Adianto meu relogio espiritual para me adequar ao teu jornal de ontem. -Quanto trabalho em Buenos Aires, diga amigo! -A quem atende em Barcelona Mari querida?
Aqui, à morte da mãe de uma amiga rezam na igreja que brincava quando criança.
Teço planos para poder ir até voce, e deixar esse aqui agora no cantinho do quarto umido e frio. Teço planos para estar sempre presente, inteira. Dificil jornada, longa é a noite a espera da primavera...

Um comentário:

  1. A gosto da primavera as flores virão,
    certamente virão,
    no tempo de serem elas mesmas,
    flores apenas
    que em ti já são...
    Enquanto esperamos setembrar
    as cores novas
    em nossos caminhos
    primavera
    tece-se
    como se tece um ninho...

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