domingo, 22 de março de 2009

Transmutações

Hoje o almoço é sem alho e cebola. Experimento gengibre, paladar novo. Quantas novidades virão? Ainda é cedo e a angustia me pega de supetão, quero experimentar muitos sabores e massagens.
Quero transmutar-me num ser ainda inexistente, sentir o gosto do amargo e do contente. Dos sorrisos esbeltos metálicos. Quero da flor meus cabelos grisalhos, biscoitos amanteigados de novelas de Helena.
Quero tirar folga na segunda feira. Uma manga verde, um tacho de doce de banana, abobora. Frutas locais.
A gasolina comendo o carro na estrada. Presidente Bush sendo rechaçado a sapatadas. Quero o encanto de ainda estar livre, mesmo na eterna ilusão de Maya.
Da beleza da vida quero palavras amigas, sinceras, cantinhos aconchegantes. Estar plena e serena na certeza de que a verdade é inatingível. E que, no entanto somos sagrados em nossa pequenice.
Pensamentos modernos não me afligem, quero beber dessa fonte somente o que me for de vida. Fora dela estou num canto a ouvir boas canções. Não em sala de espera, mas na redenção completa da maturidade sincera.
Acobertado pela possibilidade de dor, a instabilidade de mente diminuir e assim conquistar pequenos vastos passos na vida terrena.
Desejo amor sincero. Elegância e atitude. Mesmo silenciosa. Mesmo calando-se na hora certa de calar-se.
Há tanto tempo tinha paixão. Hoje choro descabida a falta de motivação. Mas ainda desejo a caixinha esperançosa de Pandora. Ainda tenho forças que não conheço em mim. Ainda sinto presente um imensurável amor pelo mundo, por mim, pela natureza, e pela consciência acima de tudo.
Quero lembrar que somos sempre UM. E esquecer nossas desavenças. E esquecer nossa pequenez, nossas intenções erradas. Saudar Dionísio em sua plenitude fantástica, magnífica e orgástica! E ainda aprovar a nossa ética, que nos torna cada vez mais humanos.

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